Friday, June 30, 2006

As 7 Virtudes do Bushido (1ª parte)



Rei ( Courtesia)

Demonstrar respeito por algo, não implica que se reconheça um valor ou gratidão por alguém ou algo. No Bushido, a courtesia é a acção e simultaneamente o seu objectivo. Respeitar para ser respeitado.

O samurai não tem necessidade de provar a sua força ou ser cruel. O samurai deve respeitar mesmo aqueles que se lhe opõem. Sem esta demonstração desinteressada de courtesia, não passamos de simples animais.



Gi ( Honestidade e Justiça)

Gi para além de compreender a Honestidade e o sentido de Justiça, pode também descrever rectidão, no entanto este termo na cultura ocidental apresenta um significado ligeiramente diferente, sendo por isso difícil de compreender. No fundo, Gi como rectidão remete-nos para o facto que fazer a coisa certa por vezes é muito difícil, mas que o nosso espírito deve ser firme e a Justiça deve partir primeiro de nós, depois dos outros. Para o samurai, nas questões de Honestidade e Justiça existe apenas o Certo e o Errado.




Yu (Coragem heróica)

Yu, Coragem heróica, refere-se à capacidade de agir e fazer o que está certo, mesmo na presença do medo, da incerteza ou da intimidação. È ser capaz de agir e assim viver completamente sem arrependimentos. Yu, coragem heróica, não é cega…é forte e determinada.

Bushido - As raízes


Bushido, literalmente traduzido significa “Caminho do Guerreiro”, e surge pela primeira vez, segundo relatos escritos no Japão, em meados das Eras Heian e Tokugawa (sec. 9 a 12 D.C.).

Com as suas raízes assentes em princípios do Budismo, Shintoismo e Confucionismo, o Bushido existiu durante séculos como um código não escrito, mas sim como um conjunto de princípios morais que o samurai deveria observar e adoptar. Constituíam assim código moral cujo exemplo não residia nos ensinamentos de um sábio, mas sim na vivência de quem o seguia, desde o guerreiro, ao simples camponês.

Do Budismo o Bushido reflecte a relação entre a vida e morte, e que a morte não deve ser temida, pois existe a crença da reincarnação. Sendo assim, o seguidor do Bushido não deve temer o perigo, e deve entregar-se totalmente ao momento.

O Shintoismo oferece ao Bushido o seu sentido de lealdade e patriotismo. O Shintoismo incute o respeito pelos antepassados e o Imperador assume um papel divino ao qual os samurais juram a sua lealdade, acreditando que o Imperador é a face do país e que este é também por si sagrado.

Por fim, o Confucionismo remete o Bushido para as relações com o mundo humano. O Confucionismo enfatiza as relações entre mestre e servo, entre pai e filho, marido e esposa, irmão mais velho e irmão mais novo, amigo e amigo, sendo essas as relações que merecem devoção por parte do samurai. Embora o Bushido alimente o respeito por todos incluindo o adversário, este não acredita na busca por esse tipo de relação.


Brevemente: Bushido - As 7 virtudes

Thursday, June 29, 2006

Sakura, flor de cerejeira


Sakura, flor de cerejeira, é o símbolo por excelência das artes japonesas que seguem o príncipio do Do. ela simboliza o servir para o espírito, sem se incomodar com o interesse. Assim, a flor de cerejeira representa a árvore que não dá frutos, existindo apenas para oferecer a sua beleza ao mundo.

"Hana wa Sakuragi hito wa Bushi"

"...da mesma forma que a flor de cerejeira é a flor por excelência, assim também o samurai é o homem por excelência."

Quando a flor de cerejeira cai integra neste acto uma beleza dificil de ser explicada.



Furyu refere-se à beleza harmoniosa que existe nas flutuações e alternâncias daquilo que é natural. Alguns guerreiros vêm apenas a violência em combater e derrotar o adversário, outros mais elevados, percebem a beleza que existe na própria morte, na passagem de uma estação para a outra.

Isto é Furyu.

É ver o belo mesmo naquilo que parece ser uma perda, mas no fundo é apenas uma transformação de um processo natural que se adapta para melhor, embora a mente mais simples seja incapaz de a perceber.

Assim, á medida que a Primavera acaba e se aproxima o Verão, as pétalas de Sakura caem das árvores, morrendo, mas durante breves instantes tornando-se em algo ainda mais belo.



Para muitos de nós uma montanha não passa de um acidente geográfico provocado pelo choque de duas placas tectónicas durante milhares de anos, deixando como que uma cicatriz na face deste nosso querido planeta. Certo?

Em parte sim, mas a verdade é que a montanha adquire em muitas culturas orientais um significado muito importante. Para os Japoneses, a montanha é por si só um caminho que o homem pode tomar para se elevar espiritualmente apesar das aparências e contingências.

Subir a montanha exige quer uma importante força física como também uma enorme força de vontade. O homem sem força de vontade e sem coragem não sobe a montanha, apenas se cansa. É este duro e difícil caminho da subida que permite ao homem aprofundar o conhecimento de si próprio e da maneira adequada de viver, de forma que ao ir subindo cada patamar vai-se deslumbrando com uma nova paisagem e uma nova prspectiva nunca imaginada antes do inicio da caminhada.

*na foto, monte Fuji, também designado por Fujisan, uns dos mais reconhecidos e queridos simbolos do Japão.