Monday, July 17, 2006
Saturday, July 15, 2006
Tuesday, July 11, 2006
Segundo um tratado escrito no século XVIII sobre a arte da esgrima ( Tengu-geijutsu-ron ), que relatava principalmente os aspectos espirituais da arte, existe a orientação que o praticante deve conhecer tanto o lado técnico como o espiritual, e que cada um deve procurar corresponder a valores mais nobres.
Quem pratica a arte das espadas deve comportar-se de forma correcta, espontaneamente, a uma eventual situação, sem se irritar de modo algum por qualquer intenção externa. A reacção deve ocorrer de imediato, como o espelho reflecte a imagem. Através de inúmeros textos, principalmente Zen-Budistas, a consciência dos praticantes foi sendo moldada e a utilização do katana mudou de um fim quase sempre trágico de um duelo, para uma reflexão mais espiritual e certamente benéfica para a sociedade.
Com a mudança de alguns conceitos, principalmente relacionados a finalidade da prática da espada, mestres da esgrima começaram a fomentar nas suas escolas a importância da busca espiritual, não como meio próprio de iluminação, mas como um caminho da melhoria de vida de todas as pessoas.
Surgem então as escolas de Bugei, correspondendo à fase mais bonita da simbologia relacionada à katana, em que ela existe para dar a vida e não para a tirar. Com o treino os alunos buscam aquilo que de melhor possuem, cultivando uma vivência saudável em sociedade. È neste período que surge o Kendo (O Caminho da Espada), entre muitas outras artes japonesas seguidoras do Do.
No que toca ás principais características da Katana, a Espada Japonesa por excelência, estas estão relacionadas sobretudo com a forma da sua lâmina, com curvatura (mais ou menos acentudada), de secção transversal cónica e com a marca do aço temperado na região de corte. No seu conjunto, estas características tornam a Katana numa arma especificamente desenhada para cortes rápidos e precisos, isto porque apesar da, embora reduzida, excelente lâmina de corte, esta é relativamente frágil nas porções laterais.
A manufactura de uma Katana não era encarado com um simples processo de fabricar um objecto para ser utilizado numa batalha ou outra função especifica. Pelo contrário, o local de trabalho dos armeiros era considerado um local sagrado, um santuário aonde o armeiro através de operações de forja sucessiva e do sofrimento ao longo de longas horas de trabalho, conferia um espírito á lâmina, intimamente ligado ao espírito do artesão.
O mais famoso armeiro Japonês, Masamune, era reconhecido como uma pessoa de bom carácter, generoso com os seus semelhantes e que via as suas obras como um objecto artístico e instrumento para a busca da paz. No entanto, apesar de todos os seus esforços foi incapaz de impedir que o seu melhor aprendiz, Muramasa, enveredasse por um caminho de violência e destrutivo. Conta a lenda que ao colocar duas espadas, uma de Masamune e uma de Muramasa, num rio e se largarem folhas para cima dessas espadas, elas são atraídas pela espada de Masamune e repelidas pela espada de Muramasa, reconhecendo o espírito ruim embebido na lâmina de Muramasa.
A simbologia existente na Katana é que a bainha representa o corpo físico, templo protector, enquanto que a lâmina representa o espírito poderoso que quando utilizado com sabedoria é capaz de actos incríveis.
(continua...)
Sunday, July 09, 2006
De todas as armas produzidas pelo Homem, nenhuma supera a Espada Japonesa no que toca a critérios artísticos, práticos e espirituais. Mesmo as suas rivais europeias de Toledo e Damasco, apesar de confeccionadas pelos melhores mestres existentes no Ocidente, não possuem todas as virtudes que podemos apreciar na Espada Japonesa.
No Japão Medieval eram utilizadas imensos tipos de armas, e desde o inicio do século XI até ao final do Século XVI, o principal armamento usado nas batalhas realizadas entre os exércitos dos senhores feudais eram o arco, a yari (lança) e a naginata.
Após a unificação do Japão por Tokugawa Ieyasu (inicio do século XVII) cessam as batalhas campais e entra-se num período de paz, aonde os conflitos se resolviam em breves duelos, correspondendo este ao período em que a Espada Japonesa viu a sua maior utilização, sendo que em 1588, o mais poderoso senhor feudal do Japão, Toyotomi Hideyoshi, declara que somente os Samurai poderiam empunhar uma katana, subtraindo-a assim do alcance dos comuns, reservando-a como privilégio único e exclusivo da classe guerreira. Um pouco mais tarde Tokugawa Ieyasu viria mesmo dizer “…a espada é a alma do Samurai…”
Assim, a Espada Japonesa sempre teve um lugar importante na sociedade do Japão, seja como arma do Samurai, seja como símbolo de poder e status, ou até como representação do poder do Imperador que ele recebe quando é empossado. Segundo a lenda, a espada foi dada pelo deus do Sol, Amaterasu Omikarni ao seu neto, Ninigi-no Mikoto, quando este foi enviado para a Terra e se tornou o primeiro imperador do Japão.
(continua...)
Saturday, July 08, 2006
- Joao Paulo Cuenca
Meiyo (Honra)
São as nossas decisões e os nossos actos que verdadeiramente definem quem somos. Ninguém se pode esconder de si próprio.
Jin (Compaixão)
Através da aprendizagem e treino qualquer homem se pode tornar mais rápido, mais forte e até mais sábio, destacando-se assim dos seus semelhantes. Tais capacidades devem no entanto ser usadas para o bem. O homem deve ser benevolente com todos e deve ajudar o próximo em qualquer oportunidade. Se a oportunidade não surge, ele deve buscá-la.
Makoto (Sinceridade)
Para o Homem honrado não existe a necessidade de dar a sua palavra ou prometer. Para ele dizer é o mesmo que fazer.
Chugo (Lealdade)
Cada um é inteiramente responsável pelos seus actos e pelas suas consequências, assim como por aqueles a quem se devota, pelo que lhes deve a sua inteira lealdade. Dessa forma, permanece verdadeiro aos princípios que segue.