Tuesday, July 11, 2006

A Espada Japonesa (3ª parte)

Segundo um tratado escrito no século XVIII sobre a arte da esgrima ( Tengu-geijutsu-ron ), que relatava principalmente os aspectos espirituais da arte, existe a orientação que o praticante deve conhecer tanto o lado técnico como o espiritual, e que cada um deve procurar corresponder a valores mais nobres.

Quem pratica a arte das espadas deve comportar-se de forma correcta, espontaneamente, a uma eventual situação, sem se irritar de modo algum por qualquer intenção externa. A reacção deve ocorrer de imediato, como o espelho reflecte a imagem. Através de inúmeros textos, principalmente Zen-Budistas, a consciência dos praticantes foi sendo moldada e a utilização do katana mudou de um fim quase sempre trágico de um duelo, para uma reflexão mais espiritual e certamente benéfica para a sociedade.

Com a mudança de alguns conceitos, principalmente relacionados a finalidade da prática da espada, mestres da esgrima começaram a fomentar nas suas escolas a importância da busca espiritual, não como meio próprio de iluminação, mas como um caminho da melhoria de vida de todas as pessoas.

Surgem então as escolas de Bugei, correspondendo à fase mais bonita da simbologia relacionada à katana, em que ela existe para dar a vida e não para a tirar. Com o treino os alunos buscam aquilo que de melhor possuem, cultivando uma vivência saudável em sociedade. È neste período que surge o Kendo (O Caminho da Espada), entre muitas outras artes japonesas seguidoras do Do.


Actualmente no Japão, milhares de crianças praticam o Kendo, incluido do programa curricular das escolas desde o Ensino Básico até ao Ensino Superior, e é tida como uma boa referência em termos de curriculo.

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